Por que o machismo no futebol ainda está longe de ter fim?

Que o machismo ainda reina na sociedade em que vivemos, não é novidade. Infelizmente, ele ainda está “enraizado” na maior parte das pessoas, mas não significa que apenas os homens pratiquem e sejam machistas. Muitas mulheres também fazem isso.

Quando falamos em acabar com o machismo, não é para mostrar superioridade feminina, e sim mostrar que ambos os sexos podem realizar as mesmas funções, ganhando os mesmos salários e tendo o mesmo respeito. Não queremos acabar com os homens do universo do jornalismo esportivo, mas sim acabar com o preconceito e estereótipos atribuídos ao sexo feminino.

A jornalista Ana Thaís Matos, do SporTV, teve que lidar com mais uma situação constrangedora em seu ambiente de trabalho. Na edição do quadro “Acabou a Brincadeira”, pelo programa Seleção SporTV, exibido pela última sexta-feira (22), o apresentador Carlos Cereto perguntou apenas para os jornalistas homens sobre suas expectativas para a final entre River Plate e Flamengo.

Na vez de Ana Thaís Matos, Cereto fez uma pergunta diferente para a comentarista: questionou-a sobre o penúltimo capítulo da novela A Dona do Pedaço, exibida pela Rede Globo. Além disso, o apresentador ainda mandou beijos para a atriz Paolla Oliveira, enquanto conversava com Matos.

Ana Thaís Matos rebate comentário do apresentador Carlos Cereto (Foto: Reprodução/SporTV)

Visivelmente incomodada, a comentarista do SporTV manteve a classe e respondeu com educação: “Eu não vi ontem porque estava vendo um jogos antigos do River, estava desatualizada. Mas eu gosto de novela, só para dizer”. “Se você não viu a novela, veja no Globoplay”, devolveu Cereto. Sem mais nem menos, Ana Thaís respondeu secamente: “Eu tenho Globo Play”. Veja o vídeo do ocorrido:

De acordo com uma apuração feita pelo Observatório da Televisão, Ana Thaís Matos fez questão de reclamar com um de seus chefes sobre o acontecimento (ERRADA ELA NUNCA VAI ESTAR). Diante disso, um dos diretores esportivos afirmou que tomará medidas necessárias para resolver a situação.

Século 21 e ainda temos que lidar com situações machistas. Sim, isso ainda acontece e muito. É uma luta dura, pois as jornalistas esportivas precisam mostrar, diariamente, habilidades, competências e conteúdos sobre o mundo do esporte. Desse modo, é necessário falar sobre o machismo, assédio e a desigualdade de gênero dentro das escolas, universidades e os demais campos. Nós, mulheres, não queremos ser melhores do que os homens, apenas ter o mesmo reconhecimento.

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