Em caso de derrota do Palmeiras para o Grêmio no domingo (24), o Flamengo será consagrado como campeão do Brasileirão 2019, coroando uma campanha, que pode ser facilmente definida como “impecável”. Porém, outro time merece destaque nesse ano, o Bahia.
O time comandado por Roger Machado que, apesar dos deslizes dentro de campo, tem mostrado que está na briga por uma vaga na Pré Libertadores. Fora dos gramados, o clube baiano também tem mostrado que é exemplo para os demais times do campeonato.
Em outubro deste ano, o Bahia criou um aplicativo com uma ferramenta que possibilita que mulheres torcedoras denunciem assédios sofridos durante os jogos do time do Bahia, na Arena Fonte Nova. De acordo com informações divulgadas pelo clube, o app chamado de BBMP oferece condições para que as mulheres assediadas realizem denúncias em tempo real.
Foto: Globo Esporte (2019)
Dentro do aplicativo, as torcedoras podem acessar a aba “Denuncie aqui” no menu, que fica no lado esquerdo da tela. A mulher deve detalhar seu relato sobre o assédio e dizer onde ele aconteceu. Com isso, o Bahia deve acionar a Ronda Maria da Penha, da Polícia Militar. O uso da ferramenta tornou-se disponível no dia 12 de outubro, partida em que o Bahia enfrentou o Athletico-PR em casa, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro.
No mês de maio, o time baiano lançou a campanha #MeDeixeTorcer, após denúncias feitas por uma torcedora ser assediada em uma partida realizada na Arena Fonte Nova. Um site foi criado com o objetivo de que as mulheres denunciem os assédios enfrentados no estádio, além de contar informações sobre a Ronda Maria da Penha, orientações para quem se sentir constrangida e dados estatísticos sobre o tema.
O clube ainda merece os méritos pelas campanhas contra a homofobia e o racismo.
“O Bahia veste três cores, mas está ao lado de todas as outras. Respeitamos as regras, mas ignoramos as linhas, os limites… É preciso dar um passo à frente, evoluir e conviver com sinergia.”
Esse foi o recado dado pela equipe através de um manifesto divulgado no site oficial, no duelo contra o Fortaleza, em setembro. As bandeirinhas da Arena Fonte foram trocadas pelas cores da bandeira LGBTQI mostrando mais uma vez que o futebol é de quem quiser.
Já na partida contra o Fluminense, Roger Machado, técnico do Bahia, e Marcão, do tricolor carioca, os dois únicos técnicos negros da Série A, se uniram na campanha contra o racismo a convite do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
Os dois vestiram a camisa e deram uma verdadeira aula de um problema que deve ser combatido por todos: o preconceito racial.
Que em 2020, mais clubes possam dar visibilidade para causas tão necessárias como o Bahia fez. Não por temer a perda de pontos ou mando de campo, mas por ser necessário evidenciar que o futebol é de todos e para todos.
Torcida Delas 